As Meninas

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Soares e Macêdo 2011























+ imagens!
Por Renato de Melo Medeiros Nenhum comentário:
Enviar por e-mailPostar no blog!Compartilhar no XCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
Postagens mais recentes Postagens mais antigas Página inicial
Assinar: Postagens (Atom)

Tetê e Bibia

®

Chuvas, já em janeiro, nesse ano de bom inverno, de bom no nosso velho conceito nordestino, como bem disse João Lins no necrológio pra Joquinha Rufino, Bibia (Maria Julieta Soares de Macedo, 79) me arrumou num trabalho importante no mínimo interessante: eu escreveria, e editaríamos as glosas que ainda residem em sua cabeça, ela tá sempre muito ocupada com a memória, e tradicionalmente a obra de seu pai (João de Papai) e parentes próximos, todos já falecidos, está guardada apenas na lembrança. É com a ajuda de Tetê (Terezinha Segunda Soares de Macedo, 73) que ela conta as histórias dos motes e pacientemente dita as glosas.

E assim, é como é na calçada Das Meninas, aonde cultivamos a boa vida, a cultura verdadeira, a oratória de amistosa cadeira.

Maio.2008

João de Papai

João de Papai
O poeta aos 24 anos

Tetê e Bibia - As Meninas de João de Papai.

Tetê e Bibia - As Meninas de João de Papai.

Arquivo

  • ►  2023 (1)
    • ►  março (1)
  • ►  2015 (1)
    • ►  março (1)
  • ►  2014 (1)
    • ►  março (1)
  • ►  2013 (2)
    • ►  outubro (1)
    • ►  maio (1)
  • ▼  2011 (5)
    • ►  setembro (1)
    • ▼  junho (1)
      • Soares e Macêdo 2011
    • ►  março (2)
    • ►  fevereiro (1)
  • ►  2010 (3)
    • ►  outubro (2)
    • ►  março (1)
  • ►  2009 (2)
    • ►  agosto (2)

Central

  • Usina emporium
  • AEROSTATO

A tapuia

(anônimo popular)


- Formosa tapuia

que fazes perdida

nas matas sombrias

de agreste sertão?

As matas são frias,

tão frias e tristes,

não temes tão moça

morrer de sezão?

- Não quero carinhos,

nas matas nasci,

se delas não gostas

não fiques aqui.

- Bem sabes que as matas

são próprias pra feras

te digo deveras

que saias daqui.

Eu tenho riquezas,

escravos, engenhos,

dinheiro eu tenho,

tudo para ti.

- Não quero carinhos,

não tenho ambição,

de nada preciso

aqui no sertão.

- Se fosses comigo

pra minha cidade

de certo tapuia

tu serias minha.

Vestidos de seda,

botinas de couro,

adereços de ouro

para dar-te tinha.

- Não quero carinhos

teus ouros são falsos,

meus pés não se estragam

andando descalços.

- Se queres tapuia

vestir uma saia

de fina cambraia

de um lindo balão.

Teu corpo tapuia

é lindo e bem feito

mas fica mal feito

vestindo algodão.

- Não quero carinhos,

sou pobre roceira,

só faço trabalhos

com roupa grosseira.

- Deveras tapuia,

não fiques zangada

tens cama de seda,

bordados de linho.

Vamos para o porto

tomar um conforto

um copo de doce,

um copo de vinho.

- Não quero carinhos,

sou pobre tapuia,

não bebo no copo,

só bebo de cuia.

- Deveras tapuia,

não fiques zangada,

passando trabalho

e necessidades.

Na roça, na mata,

podendo tão moça

seguindo comigo

morar na cidade.

- Não quero carinhos,

aonde se nasce

Deus manda que a vida

com gosto se passe.


O último Camudo da fumaça do tradicional Assu







Usina emporium.36 Vale do Rio Açu - Brasil. Tema Espetacular Ltda.. Tecnologia do Blogger.